Aberto caminho para detecção de crianças com alto potencial para cáries

Pesquisadores da Universidade de Umeå, na Suécia, fizeram uma nova descoberta conectando tipos altamente virulentos da bactéria da cárie Streptococcus mutans e sua função de aderência para crianças com cáries desenfreadas e aumento do risco de cárie dentária. Segundo os pesquisadores, os resultados podem conduzir a uma melhor maneira de identificar pacientes de alto risco e melhorar o tratamento.

Para os cinco anos do estudo, a saliva de 390 crianças com 12 anos de idade no começo foi analisada e sua saúde dentária monitorada. Após a análise das amostras de saliva e estirpes bacterianas isoladas, as crianças foram divididas em vários grupos de risco com base no tipo genético da bactéria da cárie dentária que possuíam. Depois de cinco anos de acompanhamento, os pesquisadores puderam ver como a cárie tinha se desenvolvido nos diversos grupos de risco.

Através de estudos bioquímicos, os pesquisadores encontraram uma ligação entre as proteínas adesivas SpaP B e Cnm e sua adesão a saliva e DMBT1, uma proteína da saliva. Eles também mostraram que a capacidade superior de ligação levou ao aumento de cárie ao longo dos cinco anos de estudo. Com base nos resultados, os pesquisadores estabeleceram que crianças de alto risco têm variantes mais virulentas de S. mutans , cuja função adesiva torna-os mais agressivos e mais sobreviventes.

“A cárie é um estilo de vida frequentemente causado pela comida e hábitos de higiene oral, que levam a um pH ácido na boca. O valor do pH tem um efeito prejudicial sobre o esmalte e ainda promove o crescimento de bactérias produtoras de ácido tais como Streptococcus mutans “, disse o Prof. Nicklas Strömberg, chefe do Departamento de Cariologia na universidade e principal autor do estudo.

Detecção precoce a partir de biomarcadores

“Este novo conhecimento dos tipos de bactérias identificadas e como iniciam a cárie pode ser usado para melhorar o atendimento odontológico individualizado. A presença das bactérias poderia ser utilizada como biomarcadores para detecção precoce de pacientes de alto risco. Além disso, a sua função adesiva pode constituir novos alvos para o tratamento”, disse Strömberg.

Segundo Strömberg, em um trabalho ainda a ser publicado, sua equipe descobriu que outras crianças de alto risco têm defeitos genéticos em seus receptores salivares para bactérias, e os genes afetados podem envolver os associados com doenças auto-imunes. No entanto, ele declarou: “Ainda é importante enfatizar que a cárie em muitos indivíduos de baixo a moderado risco ainda é modulada por comida e hábitos de higiene oral”.

O estudo, intitulado “Streptococcus mutans biótipos de adesina que correspondem e predizem o desenvolvimento de cárie individual”, foi publicado recentemente no EBioMedicine Journal.

Sugestões de leitura

Saúde bucal na gravidez: como o cuidado com os dentes protege mãe e bebê

Você sabia que, nos Estados Unidos, menos de 40% das gestantes fazem acompanhamento preventivo com um dentista? Pois é: mesmo com tantos avanços...

Proteja suas gengivas: o guia para evitar a doença periodontal

Você sabia que, nos Estados Unidos, mais de 40% dos adultos acima de 30 anos enfrentam problemas nas gengivas? Pois é: a doença...

Mau hálito: por que você deve incluir a língua na sua rotina de higiene bucal

Quando pensamos em higiene bucal, logo nos vêm à mente escova, pasta de dente e fio dental. Mas há um protagonista fundamental nessa...

Como escolher a escova de dentes perfeita: dicas para um sorriso saudável

Você já ficou perdido no corredor de higiene bucal da farmácia ou do mercado, encarando uma parede de escovas de dentes como se...

Alimentos que fortalecem seus dentes

Quando o assunto é saúde bucal, a escova e o fio dental roubam a cena. Mas e se dissermos que a sua alimentação...

Cérebro em risco? A resposta está na sua escova de dentes

Um estudo revolucionário, publicado na Oxford Academic, acaba de revelar que a mesma comunidade bacteriana que habita sua língua e gengivas pode influenciar...