16/10/2025

5 Erros comuns na clínica-escola odontológica e como transformar a gestão do ensino

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A clínica-escola é o coração da formação de todo cirurgião-dentista. É nesse ambiente dinâmico que o conhecimento teórico se transforma em habilidade prática, onde os primeiros atendimentos são realizados e a relação com o paciente começa a ser construída. 

No entanto, por ser um espaço de aprendizado intenso, a clínica-escola também é um cenário propenso a erros que podem impactar não apenas a formação do aluno, mas a segurança e a confiança do paciente.

Identificar e corrigir essas falhas recorrentes é o caminho mais rápido para criar um ambiente mais seguro, eficiente e pedagogicamente rico. Neste artigo, vamos explorar os erros mais comuns cometidos no dia a dia da odontologia universitária e apresentar soluções práticas, incluindo o uso da tecnologia, para evitá-los e otimizar a rotina desde a graduação. Este guia foi criado para mapear esses desafios e oferecer orientações práticas que podem ser aplicadas imediatamente.

Falhas na gestão administrativa e de prontuários

Um dos pontos mais críticos na rotina acadêmica é a gestão de informações. A pressa entre um atendimento e outro, somada à falta de um processo padronizado, frequentemente resulta em falhas no preenchimento de prontuários

Anotações ilegíveis, ausência de assinaturas do aluno ou do professor supervisor, anamneses incompletas ou desatualizadas e a falta de registros detalhados sobre os procedimentos são problemas alarmantemente comuns.

Esses equívocos, que podem parecer burocráticos, têm consequências operacionais e legais sérias. Um prontuário mal preenchido dificulta a continuidade do tratamento, compromete a avaliação do desempenho do aluno e, em casos mais graves, pode gerar implicações legais para a instituição de ensino, para o professor e para o futuro profissional. A ausência de um histórico claro impede que o próximo aluno ou professor compreenda o que foi feito, gerando retrabalho e potenciais riscos ao paciente.

Equívocos nos procedimentos clínicos e de biossegurança

No campo prático, os erros podem variar desde a execução de procedimentos até o cumprimento de protocolos de segurança. Estudos realizados em universidades brasileiras, por exemplo, apontam que a taxa de erros em radiografias odontológicas pode superar os 80%. 

Problemas de posicionamento, angulação incorreta e falhas de processamento são frequentes e resultam em diagnósticos imprecisos, além de expor o paciente a doses de radiação desnecessárias.

Da mesma forma, a biossegurança é um pilar que, por vezes, é negligenciado. A falha no descarte correto de materiais perfurocortantes, a esterilização inadequada de instrumentais ou o uso incorreto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) criam um ambiente de risco para todos os envolvidos. O cumprimento rigoroso dos protocolos, como os definidos pela Anvisa e pelos manuais internos das instituições, é fundamental e inegociável.

Desafios na comunicação e na gestão de materiais

A comunicação é uma ferramenta clínica essencial, mas suas falhas são frequentes na clínica-escola. A triangulação entre aluno, professor supervisor e paciente exige clareza e empatia. 

Muitas vezes, o aluno, por insegurança, pode não comunicar um imprevisto ao professor, ou o professor pode não transmitir a orientação de forma clara. Essa dissonância gera ruídos que afetam a confiança do paciente no tratamento e no processo de aprendizado.

Paralelamente, a gestão de materiais e do almoxarifado representa outro desafio. A falta de um controle de estoque rigoroso pode levar à ausência de itens essenciais no meio de um procedimento, causando atrasos e estresse. Por outro lado, a má administração pode resultar no vencimento de produtos e no desperdício de recursos, impactando financeiramente a instituição.

O impacto dos erros na formação e no atendimento

As falhas, embora façam parte do processo de aprendizado, geram um impacto negativo em cadeia. Para o paciente, erros em procedimentos ou falhas de comunicação resultam em tratamentos mais longos, menor qualidade no atendimento e quebra de confiança na instituição. 

Para o aluno, a ocorrência repetida de erros pode minar a autoconfiança, gerar ansiedade e consolidar hábitos profissionais inadequados que serão levados para o futuro consultório.

Para a instituição de ensino, a consequência é uma reputação manchada, maiores custos operacionais devido ao retrabalho e ao desperdício, e um ambiente de ensino menos eficaz. Portanto, a prevenção ativa é o caminho mais inteligente.

Prevenção: o caminho da padronização à tecnologia

Evitar esses erros exige uma abordagem multifacetada, que combina a implementação de protocolos rígidos com o uso de ferramentas modernas de gestão.

Implementando boas práticas e protocolos

O primeiro passo é a padronização. Manuais de boas práticas, como os disponibilizados por instituições de referência, devem ser o guia de conduta para todos os procedimentos. É fundamental que a clínica-escola promova treinamentos contínuos sobre:

  • Protocolos de biossegurança: reforçando a importância de cada etapa, desde a lavagem das mãos até a esterilização final.
  • Preenchimento de prontuários: criando checklists e modelos para garantir que nenhuma informação essencial seja esquecida.
  • Comunicação eficaz: oferecendo workshops sobre como apresentar planos de tratamento, obter consentimento informado e gerenciar as expectativas do paciente.

A tecnologia como aliada: o papel do software de gestão

A forma mais eficaz de garantir a adesão aos protocolos e minimizar drasticamente os erros manuais é através da tecnologia. Um software de gestão odontológica transforma a rotina de uma clínica-escola, automatizando processos e centralizando informações.

A transição de um fluxo de trabalho manual para um sistema digitalizado oferece benefícios claros. Em vez de prontuários de papel, que se perdem e se deterioram, o prontuário eletrônico garante legibilidade, segurança dos dados e acesso rápido ao histórico do paciente. O professor supervisor pode revisar e assinar digitalmente os procedimentos, criando um registro claro de responsabilidades.

Um software especializado permite:

  • Padronização do atendimento: com fichas de anamnese digitais e customizáveis, o sistema guia o aluno no preenchimento correto de todas as informações.
  • Agenda inteligente e integrada: reduz os erros de agendamento, otimiza a ocupação das cadeiras e envia lembretes automáticos aos pacientes, diminuindo as faltas.
  • Controle de estoque preciso: o sistema pode dar baixa automática nos materiais utilizados em cada procedimento, alertar sobre estoques mínimos e controlar a validade dos produtos, evitando perdas e interrupções no atendimento.
  • Segurança da informação: os dados são armazenados em nuvem, protegidos por criptografia e backups automáticos, eliminando o risco de perda de informações cruciais.

Ao adotar uma plataforma de gestão, a clínica-escola não apenas otimiza sua operação, mas também prepara o futuro dentista para a realidade do mercado, que é cada vez mais digital e focado em eficiência.

Leia também: Como implementar a tecnologia na área da saúde?

Prepare seus alunos para o futuro da odontologia

Os erros na clínica-escola são oportunidades de aprendizado, mas sua prevenção é um compromisso com a excelência na formação e com a segurança do paciente. A combinação de protocolos bem definidos com a implementação de um software de gestão robusto é a chave para transformar o ambiente acadêmico, tornando-o mais organizado, seguro e alinhado às melhores práticas da odontologia moderna.

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