Óxido de grafeno: para preenchimentos fortes, não tóxicos que não corroam

Devido ao grande desgaste e rompimento na boca, típico de obturações dentárias feitas com uma mistura de metais ou compostos de pó de vidro e cerâmica frequentemente precisam de reparação. Com o objetivo de encontrar um material que não corroa como os preenchimentos de metal, mas seja mais forte do que materiais compostos, um novo estudo encontrou o óxido de grafeno para ser um candidato promissor para preenchimentos fortes, não tóxicos que não corroam.
 
No estudo, uma equipe de pesquisadores internacionais investigou as propriedades citotoxicas de diferentes tipos de grafeno e sua potencial aplicação para material dentário. “A idéia do projeto foi a de adicionar grafeno em materiais odontológicos a fim de aumentar a sua resistência à corrosão e melhorar suas propriedades mecânicas,” explicou a Dra. Stela Pruneanu do National Institute for Research and Development of Isotopic and Molecular Technologies em Cluj-Napoca na Romenia.
 
Devido a informações contraditórias sobre a citotoxicidade do grafeno, os pesquisadores primeiro determinaram a toxicidade do material para os dentes. Para isso, eles analisaram as diferentes formas grafeno, incluindo o óxido de grafeno, óxido de grafeno termicamente reduzido e nitrogênio- doped grafeno.
 
Óxido de grafeno termicamente reduzido foi altamente tóxico, enquanto nitrogênio-doped grafeno causou danos na membrana em altas doses (20 e 40 microgramas por mililitro), tornando ambos inadequados para utilização em preenchimentos de materiais dentários. No entanto, o último apresentou propriedades antioxidantes, os tornando potencialmente úteis se cobertos por uma camada protetora, acharam os pesquisadores. Na comparação entre os três tipos de grafeno, o óxido de grafeno foi descoberto como o menos tóxicos.
 
“Os resultados foram muito interessantes e provaram que o grafeno é adequado para utilização em materiais dentários”, disse a Dra. Gabriela Adriana Filip, Professora Associada da Iuliu Haţieganu University of Medicine and Pharmacy em Cluj-Napoca.
 
Os pesquisadores acreditam que as seus achados podem resultar na futura aplicação de materiais baseados em grafeno em odontologia. A equipe informou que o próximo passo para eles é fazer materiais odontológicos com óxido de grafeno e testar como eles são compatíveis com os dentes.
 
 O estudo foi um esforço conjunto de pesquisadores de Iuliu Haţieganu University of Medicine and Pharmacy em Bucareste, o National Institute for Research and Development of Isotopic and Molecular Technologies e a University of Agricultural Sciences and Veterinarian Medicine, ambas localizadas em Cluj-Napoca na Romênia, bem como a Ross University School of Veterinary Medicine Basseterre nas Antilhas. A pesquisa foi realizada como parte de um projeto intitulado “Novos nanocompósitos baseados em polímeros biocompatíveis e grafeno para aplicações odontológicas”.
 
O estudo intitulado “Avaliação da citotoxicidade do grafeno baseado em nanomateriais no folículo das células tronco do dente humano”, foi publicado online em 21 de outubro na revista Colloids and Surfaces B: Biointerfaces.

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