Radiologia Odontológica em 3D

Quando falamos de radiologia odontológica em 3D, estamos nos referindo à tecnologia CBCT (Cone Beam Computed Tomography ou Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico). É uma tecnologia radiológica similar à TAC, constituída por uma fonte cônica de emissão de raios X que permite obter imagens tridimensionais de alta resolução.

A qualidade da imagem proporcionada pela CBCT, assim como a radiação limitada recebida pelo paciente, fazem deste tipo de ferramentas de radiologia dentária um componente muito valioso na prática odontológica. Em seguida, serão revistos alguns dos conceitos essenciais desta modalidade radiológica.

Vantagens desta tecnologia em comparação a outras opções de diagnóstico radiológico

– O paciente recebe uma dose de radiação baixa (muito inferior à que receberia quando submetido a uma TAC).

– Além disso, a duração do exame é muito curta, considerando que o tempo de exposição aos raios X também é mínimo. Dependendo do aparelho utilizado e do tipo de exame necessário, as imagens podem ser obtidas num intervalo de tempo entre apenas alguns segundos e poucos minutos.

– Maior comodidade para o paciente, visto que pode realizar o exame sentado em vez de deitado e sem necessidade de entrar numa máquina fechada. Na verdade, os aparelhos de CBCT são completamente abertos, o que evita possíveis episódios de ansiedade ou, inclusive, de claustrofobia.

– Imagens de alta qualidade. Apesar de não alcançar a resolução de uma TAC, a tecnologia CBCT permite realizar uma aquisição volumétrica de alta resolução (tamanho de voxel, por vezes, inferior 100 μm). Esta elevada qualidade permite fazer diagnósticos muito precisos e eliminar a necessidade de eventuais suposições.
Permite a obtenção de imagens isotrópicas, isto é, equivalentes nos três eixos espaciais. Consequentemente, as imagens radiológicas são isentas de distorções.

Posicionamento do paciente para o exame radiológico

Entre os princípios e as técnicas de radiologia odontológica em 3D, um dos aspectos mais relevantes é o posicionamento adequado do paciente para obtenção de imagens de qualidade.
Neste aspecto, as seguintes recomendações devem ser observadas:

– É aconselhável utilizar elementos de restrição do movimento, como correias e faixas encefálicas. Apesar de implicar um certo desconforto para o paciente, a sua utilização permite uma redução significativa das imagens de baixa qualidade. Deste modo, reduz-se a necessidade de repetir exposições e, portanto, consegue-se minimizar a radiação recebida pelo paciente.
Para evitar movimentos durante o exame, recomenda-se que o paciente permaneça de olhos fechados. Assim, evita-se que siga o movimento da máquina e, ao mesmo tempo, é possível minimizar a dose de radiação na retina.
Com a mesma finalidade de minimizar o movimento, deve-se indicar ao paciente que tente respirar com calma pelo nariz e engolir saliva antes do início do exame.

O campo de visão em radiologia dentária 3D

Em função do tipo de exame a realizar e da sua finalidade específica, serão utilizados campos de visão de tamanhos diferentes. Em caráter geral e de forma resumida, podemos indicar os seguintes:

Campo de visão setorial. Este tamanho é adequado para estudos endodônticos e periodontais quando se usa alta definição. Se for utilizada uma resolução padrão, este campo de visão é ótimo para trabalhos de ortodontia ou estudos de implantes individuais.

Campo de visão de uma arcada. Esta modalidade permite otimizar a dose de radiação em todos os casos em que é necessário visualizar apenas uma arcada.

Campo de visão médio. Neste caso, trata-se de tamanhos adequados para localizar áreas de infecção, para examinar dentes do siso ou para casos de ortodontia ou implantes que necessitem desta amplitude de campo de visão (10×10, 8×8, etc.).

Campo de visão grande. Trata-se, neste caso, de tamanhos que são utilizados para a avaliação de implantes complicados, exame ATM bilateral, maxilofacial, etc.

Planos de radiologia dentária CBCT

Em relação aos diferentes planos utilizados neste tipo de radiologia, podemos diferenciar dois grandes grupos:

1. Por um lado, os planos ortogonais, que possibilitam a realização de exames detalhados de todas as cavidades. Aqui devemos distinguir entre três tipos diferentes de plano, em função do eixo usado: plano axial (ou transversal), plano coronal (ou frontal) e plano sagital (ou lateral).

2. Por outro lado, os planos coronais curvos e oblíquos permitem um exame adequado das estruturas dentárias que dificilmente se adaptam aos cortes de tipo ortogonal. Neste sentido, os planos oblíquos possibilitam uma melhor verificação da existência de patologias ou fraturas, tornando-as visíveis em vários planos, ao mesmo tempo que permitem criar planos tangenciais às estruturas que estão sendo analisadas.

Conclusão

Em resumo, as ferramentas de radiologia odontológica em 3D permitem a realização de exames de grande qualidade e utilidade para o diagnóstico odontológico, desde que os protocolos básicos sejam adequadamente observados. Assim, as questões essenciais que não podem ser esquecidas são as seguintes:

1. Posicionamento adequado do paciente para evitar movimentos.

2.Tipo de oclusão (segundo a modalidade de tratamento): incompleta (para casos de ortodontia, endodontia ou qualquer outro que requeira uma análise dentária), oclusão PMI (Posição de Máxima Intercuspidação, para casos de implantodontia) ou oclusão RC (Relação central, também em casos de implantodontia, para analisar a relação do osso maxilar/mandíbula).

3.Escolha do campo de visão adequado, em função da finalidade do exame.

4.Seleção de plano e corte.

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