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    Saliva pode ser usada para detectar alterações ligadas ao Alzheimer

    A Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo 47,5 milhões de pessoas sofrem com demência, e de que a doença de Alzheimer é a causa mais comum. No entanto, a doença costuma ser diagnosticada somente em uma fase bastante tardia e técnicas de diagnóstico podem ser muito dispendiosas e invasivas. Agora, um estudo forneceu novas evidências de que a saliva, um fluido corporal facilmente obtido, poderia ser usada para detectar alterações relacionadas ao Alzheimer.

    O pesquisador líder Shraddha Sapkota, um aluno graduado em neurociência pela Universidade de Alberta, relatou que o estudo mostrou uma forte associação entre certas substâncias na saliva e sua habilidade cognitiva.

    Os participantes do estudo foram divididos em três grupos: pacientes com doença de Alzheimer (sete), aqueles com deficiência cognitiva leve (dez) e controles com envelhecimento cognitivo normal (dez). A análise dos espécimes salivares descobriu que níveis mais elevados de certos metabólitos no mal de Alzheimer e no grupo de deficiência cognitiva previram pior desempenho de memória episódica em comparação com o grupo controle. Níveis mais altos de outros metabólitos também previam velocidade mais lenta no processamento de informações, disseram os pesquisadores.

    “A saliva é facilmente obtida, segura e acessível, e tem potencial promissor para a predição e controle do declínio cognitivo, mas estamos em fases muito iniciais deste trabalho e muito mais pesquisa é necessária”, disse Sapkota. “Igualmente importante é a possibilidade de usar saliva para encontrar alvos para o tratamento para endereçar o componente metabólico da doença de Alzheimer, que ainda não é bem compreendida. Este estudo nos aproxima de resolver esse mistério.”

    O estudo foi realizado  como parte da University of Albert’s Victoria Longitudinal Study, de longo prazo, em larga escala e multi-facetada investigação do envelhecimento humano que visa investigar mudanças reais, variações e interações entre vários aspectos do envelhecimento cognitivo e influências de mudanças no envelhecimento.

    Sapkota apresentou as conclusões do estudo, intitulado “Análises Metabolomicas de Amostras Salivares na Discriminação do Envelhecimento Normal, Comprometimento Cognitivo Leve e Grupo com Doença de Alzheimer e Produção de Biomarcadores na Predição da Performance Cognitiva”, na Conferência Internacional da Associação do Mal de Alzheimer. O encontro é o maior encontro de pesquisadores de todo o mundo com foco sobre a doença de Alzheimer e outras demências.​

     

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