
Tudo sobre dentaduras: como escolher a melhor para você
Você já parou para pensar como seria a vida sem seus dentes? Comer aquele churrasco de domingo, dar aquela boa gargalhada sem constrangimento ou simplesmente pronunciar certas palavras… tudo isso se torna um desafio quando perdemos nossos dentes. A perda dentária pode inclusive aumentar o risco de comprometimento cognitivo e demência.
É aí que entram as dentaduras que podem ajudar a reduzir esse impacto, e, além disso, podem ser verdadeiras aliadas na recuperação da autoestima e qualidade de vida de milhões de brasileiros.
O que são, afinal, as dentaduras?
Dentaduras são substitutos artificiais para os dentes naturais que perdemos ao longo da vida. Não são apenas peças para melhorar a estética — embora, convenhamos, um sorriso bonito faz toda diferença no espelho e nas relações sociais. As dentaduras têm um papel fundamental na saúde geral do nosso organismo: ajudam a manter o formato do rosto, evitando aquele aspecto “murcho” que o tempo traz quando perdemos os dentes, e permitem que possamos mastigar adequadamente os alimentos, falar com clareza e sorrir com confiança.
No Brasil, as dentaduras variam bastante de preço. Muitos planos odontológicos cobrem parcialmente esses custos, mas vale a pena consultar seu plano com antecedência para evitar surpresas.
Quais são os tipos de dentaduras disponíveis?
Assim como temos diversos modelos de carros para diferentes necessidades, também existem vários tipos de dentaduras. A escolha depende da sua condição bucal, estilo de vida e, claro, do bolso. Vamos conhecê-los?
1. Dentaduras completas
São aquelas que substituem todos os dentes de uma arcada (superior, inferior ou ambas). É como trocar um jogo inteiro de peças. Os dentistas costumam tentar salvar o máximo possível de dentes naturais antes de recomendar uma prótese total – afinal, como diria o velho ditado nosso brasileiro: “dente de ouro é o dente da gente“.
Vantagens:
- Devolve a capacidade de mastigação;
- Melhora significativamente a autoestima;
- Mantém o contorno facial, evitando aquele “ar de velhice” precoce;
- Tem bom custo-benefício quando comparada a outras soluções.
Desvantagens:
- Precisa de manutenção periódica, como reembasamentos;
- As próteses inferiores tendem a ficar menos estáveis com o tempo;
- Pode escorregar durante a fala ou alimentação;
- No início, pode causar um leve receio (aquele “chiado” ao falar).
2. Próteses parciais fixas (pontes sobre implantes)
Imagine que você perdeu três ou mais dentes seguidos. As pontes sobre implantes são como uma verdadeira “ponte” que liga um lado ao outro do espaço vazio. São fixadas por meio de implantes (parafusos de titânio inseridos no osso) e, diferentemente das próteses removíveis, ficam permanentemente em sua boca.
Vantagens:
- Resultado estético superior;
- Maior segurança psicológica (afinal, não vai cair no meio de uma conversa!);
- Mais resistentes que as próteses removíveis;
- Mordida mais firme e natural.
Desvantagens:
- Necessidade de cirurgia;
- Custo mais elevado;
- Higienização mais trabalhosa (requer fio dental especial).
3. Próteses parciais removíveis
Como o próprio nome sugere, podem ser removidas quando necessário. São indicadas para quem perdeu alguns dentes, mas não todos. São compostas por dentes artificiais fixados a uma base que imita a gengiva, geralmente feita de acrílico, e presas aos dentes vizinhos por grampos metálicos ou de plástico flexível.
Vantagens:
- Duráveis graças à estrutura metálica;
- Fáceis de remover para higienização;
- Difíceis de quebrar;
- Boa relação custo-benefício;
- Evitam que os dentes naturais se desloquem (sabe quando um dente “deita” para o lado do espaço vazio? Isso não acontece).
Desvantagens:
- Substituem apenas alguns dentes;
- Podem acumular placa bacteriana se não forem bem limpas;
- Os grampos metálicos podem aparecer ao sorrir.
4. Sobredentaduras (Overdentures)
Imagine uma dentadura tradicional que, em vez de ficar apenas apoiada sobre a gengiva, é fixada em implantes. As sobredentaduras são como uma versão turbinada das dentaduras convencionais. Geralmente são suportadas por pelo menos quatro implantes, garantindo muito mais estabilidade.
Vantagens:
- Estáveis e robustas;
- Não se soltam durante a fala;
- Ótima capacidade de mastigação;
- Ajuste confortável e personalizado;
- Menos volumosas que as tradicionais.
Desvantagens:
- Cirurgia invasiva;
- Tratamento mais demorado;
- Custo elevado;
- Pode exigir enxerto ósseo;
- Os encaixes podem afrouxar e precisar de ajustes.
5. Próteses Imediatas
São como um “quebra-galho” de luxo. Colocadas logo após a extração dos dentes naturais, servem como uma solução temporária enquanto suas gengivas se recuperam para receber a prótese definitiva. É como aquele “pneu reserva” que você usa enquanto conserta o pneu original.
Vantagens:
- Solução temporária para comer e falar logo após as extrações;
- Você não fica “desdentado” enquanto aguarda a prótese definitiva;
- Ajuda na cicatrização, reduzindo inchaços e sangramentos.
Desvantagens:
- Não é uma solução permanente;
- Aparência menos natural;
- Mais suscetível a quebras;
- Requer vários ajustes ao longo do tempo.
6. Próteses all-on-4
Um verdadeiro espetáculo da odontologia moderna! Com apenas quatro implantes por arcada, é possível substituir todos os dentes. A prótese é fixa e só pode ser removida pelo dentista.
Vantagens:
- Mais duráveis que as dentaduras convencionais;
- Mais seguras que outras próteses sobre implantes;
- Possibilidade de receber próteses temporárias no mesmo dia da cirurgia;
- Sensação muito próxima à dos dentes naturais.
Desvantagens:
- Apenas o dentista pode removê-las;
- Restrições alimentares nos primeiros três meses;
- Custo elevado.
7. Próteses econômicas
Como diria minha avó: “O barato que sai caro“. Essas próteses pré-fabricadas, genéricas e de baixo custo não são recomendadas pelos dentistas, pois podem prejudicar sua saúde bucal. É como comprar um sapato sem experimentar – raramente vai servir bem.
Vantagens:
- Preço acessível;
- Fácil obtenção.
Desvantagens:
- Aparência artificial;
- Pouca estabilidade (precisa de adesivos);
- Pode causar danos à saúde bucal.
Como são fabricadas as dentaduras?
O processo de fabricação de uma dentadura é quase artesanal. Envolve técnica, precisão e, porque não dizer, um toque de arte. Os materiais mais comuns são acrílico, porcelana e plástico, escolhidos conforme as necessidades e preferências do paciente.
O processo segue estas etapas:
- Moldagem: O dentista faz um molde da sua boca usando materiais específicos, registrando também sua mordida com precisão;
- Laboratório: As impressões são enviadas a um laboratório, onde um técnico especializado posiciona os dentes artificiais usando cera como guia;
- Escultura: O técnico esculpe a cera para imitar suas gengivas naturais;
- Frasco: As próteses são colocadas em um molde especial chamado frasco, onde gesso é adicionado para manter a forma;
- Resina acrílica: A resina substitui a cera e é deixada para endurecer;
- Acabamento: O molde de gesso é removido cuidadosamente, e qualquer excesso de material é eliminado;
- Polimento: As dentaduras são limpas e polidas com pedra-pomes para um acabamento perfeito;
- Ajuste final: A prótese está pronta para ser ajustada perfeitamente à sua boca.
Por que chegamos a precisar de dentaduras?
Ninguém acorda pensando: “Hoje vou perder meus dentes“. A perda dentária ocorre por diversas razões, algumas evitáveis, outras nem tanto:
- Doença periodontal (doença gengival): A principal vilã! Começa silenciosamente como uma gengivite e, se não tratada, pode evoluir até a perda dos dentes;
- Cuidados bucais inadequados: negligenciar a escovação e o uso do fio dental é como convidar as bactérias para um banquete em sua boca;
- Extrações necessárias: às vezes, não há alternativa senão extrair um dente muito comprometido;
- Cáries graves: aquela dorzinha que você ignorou pode resultar na perda do dente;
- Traumas faciais: acidentes acontecem e podem resultar na perda de dentes;
- Predisposição genética: algumas pessoas têm maior tendência a problemas dentários;
- Doenças sistêmicas: diabetes mal controlado, por exemplo, pode afetar a saúde bucal;
- Envelhecimento: Com o tempo, o desgaste natural pode contribuir para a perda dentária.
Como cuidar da sua dentadura
“Dente de mentira também precisa de escova!” – esta verdade popular resume bem a importância da higiene das próteses. Sem os cuidados adequados, as dentaduras podem rachar, lascar e, pior, se tornar um verdadeiro ninho de bactérias, causando mau hálito e até problemas de saúde.
Para cuidar bem da sua dentadura:
- Escovação noturna: use uma escova macia e sabonete líquido sem microesferas (não use pasta de dente comum, pois ela é abrasiva e pode riscar a prótese);
- Cuidado ao manusear: segure a dentadura sobre uma pia com água ou uma toalha, evitando quebras caso ela escorregue de suas mãos;
- Limpeza profunda: mergulhe-a durante a noite em um produto específico para limpeza de próteses;
- Truque caseiro: uma solução de água com vinagre branco também ajuda a prevenir o acúmulo de tártaro.
Quando é hora de reparar ou substituir sua dentadura?
Como tudo na vida, as dentaduras também têm prazo de validade. É hora de visitar o dentista quando:
- Você nota rachaduras, lascas ou dentes faltando na prótese;
- Há um odor ou gosto desagradável vindo da dentadura;
- Você tem dificuldade para mastigar ou falar;
- A prótese causa dor ou desconforto;
- A dentadura está solta ou mal ajustada;
- Já se passaram mais de 5 anos desde a última troca.
Dicas para se adaptar à nova dentadura
A adaptação a uma nova dentadura é como aprender a andar de bicicleta depois de adulto – estranha no começo, mas logo se torna natural. Aqui vão algumas dicas de ouro:
- Siga as orientações do dentista: as instruções pós-colocação são fundamentais para uma boa adaptação. E não fique tirando e colocando a prótese a todo momento – quanto mais você a usar, mais rápido seu corpo se acostumará;
- Comece com alimentos macios: nos primeiros dias, prefira alimentos como purês, ovos mexidos e sopas. Com o tempo, vá incorporando alimentos mais consistentes, sempre cortados em pedaços pequenos. E lembre-se: morder uma maçã inteira ou uma barra de cereal dura com a dentadura é como tentar cortar madeira com tesoura de papel – não vai dar certo!;
- Exercite a fala: leia em voz alta, converse bastante ou até cante no chuveiro! Isso ajuda a treinar os músculos faciais e a se acostumar com a pronúncia das palavras;
- Higiene em dobro: limpe tanto a dentadura quanto suas gengivas regularmente. Gengivas saudáveis são a melhor base para uma prótese confortável;
- Adesivos como aliados temporários: se necessário, use adesivos específicos para dentaduras. Mas atenção: eles não são solução para próteses mal ajustadas. Se a dentadura continua solta mesmo com adesivo, é hora de voltar ao consultório.
Lembre-se de que recuperar seu sorriso não é apenas uma questão estética, mas de saúde e bem-estar. As dentaduras modernas já não são aquelas peças artificiais que nossos avós removiam e colocavam em um copo d’água à noite (embora algumas ainda precisem desse descanso noturno). São soluções sofisticadas que podem devolver qualidade de vida e confiança.
E você, já conhecia todos esses tipos de dentaduras? Tem alguma experiência para compartilhar? Comente abaixo e ajude outros leitores que estão passando pela mesma situação.
Lembre-se sempre: consulte regularmente seu dentista, mesmo usando próteses. Afinal, boca saudável é sinônimo de vida saudável!
Este artigo foi elaborado com base em estudos científicos recentes, mas não substitui a consulta a profissionais de saúde. Converse sempre com seu dentista e médico sobre suas condições específicas.
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Fontes: Complication rates and patient satisfaction with removable dentures, Complete Dentures, Tooth Loss in Seniors, The all-on-four treatment concept: a systematic review, 7 Types of Dentures – Pros, Cons, & Cost