Carboidratos e alimentos doces influenciam as bactérias orais

Os alimentos que comemos regularmente influenciam a composição das bactérias — boas e ruins — em nossa boca. 

Os pesquisadores estão descobrindo que esse coletivo de bactérias conhecido como microbioma oral provavelmente desempenha um grande papel em nossa saúde geral, além de suas associações previamente conhecidas com cáries e doenças periodontais.


Cientistas da 
Universidade de Buffalo mostraram como a ingestão de certos tipos de alimentos afeta o microbioma oral de mulheres na pós-menopausa. 

Os pesquisadores observaram que a maior ingestão de alimentos açucarados e de alta carga glicêmica — como rosquinhas e outros produtos assados, refrigerantes normais, pães e iogurtes sem gordura — podem contribuir para a má saúde bucal.

O estudo

Em um estudo na Scientific Reports, um jornal de acesso aberto dos editores da Nature, a equipe liderada pela Universidade de Buffalo investigou se carboidratos e sacarose, estavam associados à diversidade e composição de bactérias orais em uma amostra de 1.204 mulheres na pós-menopausa usando dados da Women’s Health Initiative.


É o 
primeiro estudo a investigar a ingestão de carboidratos e o microbioma subgengival em uma amostra composta exclusivamente por mulheres na pós-menopausa. 

O estudo foi único porque as amostras foram retiradas da placa subgengival, localizada sob as gengivas, em vez de bactérias salivares.


“Isso é importante porque 
as bactérias bucais envolvidas na doença periodontal residem principalmente na placa subgengival“, afirmou a primeira autora do estudo, Amy Millen, Ph.D., professora de epidemiologia e saúde ambiental na Escola de Saúde Pública e Profissões de Saúde da Universidade de Buffalo.


“Restringir à observação apenas às bactérias salivares pode não nos dizer como as bactérias bucais se relacionam com a 
doença periodontal, porque não estamos olhando no ambiente certo na boca”, acrescentou.


A equipe de pesquisa relatou associações diretas entre carboidratos totais, carga glicêmica e sacarose, e 
Streptococcus mutans, um dos causadores da cárie dentária e alguns tipos de doenças cardiovasculares, descoberta que acaba confirmando observações anteriores.

Mas eles também observaram associações entre carboidratos e o microbioma oral que não estão tão ainda bem estabelecidas.

Outras observações

Os pesquisadores observaram que Leptotrichia spp., que tem sido associada à gengivite, uma doença gengival comum, em alguns estudos, está diretamente associada à ingestão de açúcar.

As outras bactérias identificadas como ligadas à ingestão de carboidratos ou carga glicêmica não foram previamente consideradas como colaboradoras para o desenvolvimento da doença periodontal na literatura ou neste estudo de coorte de mulheres, de acordo com Millen.

“Examinamos essas bactérias em relação ao consumo habitual de carboidratos em mulheres na pós-menopausa em uma ampla variedade de tipos de carboidratos: ingestão total de carboidratos, ingestão de fibras, de dissacarídeos e ingestão de açúcar simples”, afirmou Millen.


“Nenhum outro estudo examinou as bactérias orais em relação a uma gama tão ampla de tipos de carboidratos em um 
estudo de coorte.

Também analisamos associações com a carga glicêmica, que não é bem estudada em relação ao microbioma oral”.

“A questão-chave agora é o que tudo isso representa para a saúde geral do organismo, e isso ainda não está claro.”

Perspectivas

“À medida que mais estudos são realizados analisando o microbioma oral usando técnicas de sequenciamento semelhantes e progressão ou desenvolvimento da doença periodontal ao longo do tempo, podemos começar a fazer melhores inferências sobre como a dieta se relaciona com o microbioma oral e a doença periodontal”, afirmou a pesquisadora Millen.

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Fontes: Dietary carbohydrate intake is associated with the subgingival plaque oral microbiome abundance and diversity in a cohort of postmenopausal womenFDI Releases Guidelines for Better Oral Health Among the Aging 

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