
O que não te contaram sobre os dentes do siso.
Você já se perguntou por que algumas pessoas passam pelo verdadeiro “martírio” de extrair os dentes do siso, enquanto outras sequer têm esses dentes? Pois é, a natureza nos prega algumas peças, e essa é uma delas! Os famosos terceiros molares são uma verdadeira relíquia evolutiva que, para muita gente, só serve mesmo para dar dor de cabeça — literalmente.
A herança dos nossos antepassados
Nossos ancestrais tinham mandíbulas bem maiores que as nossas e, acredite, precisavam mesmo de todos aqueles dentes! Com uma dieta à base de carnes cruas, raízes duras e vegetais fibrosos, aqueles 32 dentes completos faziam um trabalhão. Mas eis que a evolução deu uma guinada: começamos a cozinhar os alimentos, desenvolvemos talheres e, aos poucos, nossas mandíbulas foram encolhendo.
O resultado? Uma boca pequena demais para tantos dentes! É como tentar guardar todos os presentes de Natal em um armário ou gaveta minúscula — algo vai ficar de fora ou, pior, amassado no processo.
Quem tem e quem não tem?
Curioso como a natureza funciona: entre 10% e 41% das pessoas nascem sem nenhum dente do siso. Essa condição tem nome chique: agenesia dentária. E não é coincidência ou sorte — existem vários fatores por trás desse “privilégio”:
- Genética: Se seus pais não têm dentes do siso, você provavelmente herdou essa característica. É um traço que passa de geração em geração, como o formato do nariz ou a cor dos olhos.
- Sexo biológico: as mulheres parecem levar vantagem nessa história. Estudos mostram que elas têm maior probabilidade de nascer sem esses dentes problemáticos. Mais um ponto para o time feminino!
- Origem étnica: alguns grupos têm menos chances de desenvolver esses dentes. Segundo pesquisas recentes de 2023, indígenas mexicanos, nativos americanos e diversos grupos asiáticos (como chineses e malaios) frequentemente escapam desse “problema evolutivo”.
- Condições socioeconômicas: não é só genética! Fatores como nutrição na primeira infância também podem influenciar. Crianças com baixo peso ao nascer ou que passaram por restrições alimentares severas podem apresentar alterações no desenvolvimento dental.
- Estrutura facial: quem tem o rosto menor também costuma ter menos espaço para esses dentes extras. É pura matemática: espaço pequeno, menos dentes!
O drama dos impactados
Para quem desenvolve os dentes do siso, a história pode ficar ainda mais complicada quando eles decidem não aparecer completamente. São os famosos “dentes impactados” — aqueles que ficam parcialmente ou totalmente escondidos dentro da gengiva, ou do osso.
Imagine só: cerca de 80% dos jovens adultos têm pelo menos um dente do siso que resolveu ficar “na moita”, sem aparecer completamente. E não é por preguiça, não! Na maioria das vezes, é por pura falta de espaço mesmo. Esses dentes podem crescer na horizontal, inclinados ou mesmo de cabeça para baixo, parecendo que estão desesperados para encontrar um cantinho na boca já lotada.
É como aquele vizinho inconveniente que tenta se espremer no elevador já cheio — só que, no caso dos dentes, as consequências podem ser bem desagradáveis: dores, infecções, problemas nos dentes vizinhos e até cistos.
Extrair ou não extrair? Eis a questão
Quem acha que todo dente do siso precisa ser extraído está redondamente enganado! Se esses dentes nascerem direitinho, em posição correta e você conseguir higienizá-los adequadamente, eles podem conviver pacificamente com o resto da sua dentição.
Os dentistas modernos são muito mais conservadores do que eram antigamente. A regra de ouro atual é: só extrair se estiver causando problemas ou se há um risco real de complicações futuras. É como aquele ditado brasileiro: “Em time que está ganhando não se mexe” — se o dente está quietinho, sem incomodar, por que tirar?
Por outro lado, quando decidem aprontar, os sisos podem causar uma lista considerável de problemas:
- Dores que parecem não ter fim;
- Inchaço que transforma seu rosto;
- Infecções que podem se espalhar pelo organismo;
- Apinhamento que desalinha outros dentes;
- Cistos que, em casos raros, podem até enfraquecer a mandíbula;
- Cáries quase impossíveis de tratar devido à localização;
- Doenças gengivais persistentes.
Evolução em tempo real
Os dentes do siso representam um fascinante exemplo de evolução humana acontecendo bem debaixo do nosso nariz (ou melhor, dentro da nossa boca). Estamos literalmente testemunhando nossa espécie se adaptando a novos hábitos alimentares e estilos de vida.
Quem não tem esses dentes pode considerar-se um passo à frente na evolução? Bem, talvez! Mas não se preocupe se você faz parte do grupo que ainda carrega essa herança ancestral. A odontologia moderna está mais que preparada para lidar com qualquer problema que esses “dentes da sabedoria” possam causar.
E você, já descobriu se tem todos os quatro sisos ou se a evolução lhe poupou dessa experiência? Uma visita ao dentista e uma radiografia panorâmica podem esclarecer esse mistério evolutivo que você carrega na boca!
Este artigo foi elaborado com base em estudos científicos recentes, mas não substitui a consulta a profissionais de saúde. Converse sempre com seu dentista e médico sobre suas condições específicas.
Este artigo foi elaborado com base em estudos científicos recentes, mas não substitui a consulta a profissionais de saúde. Converse sempre com seu dentista e médico sobre suas condições específicas.
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Fontes: Wisdom teeth: Learn More – Should you have your wisdom teeth removed?, Impact of genetics on third molar agenesis, Embryological Development of Human Molars, Association between craniofacial patterns and third molar agenesis in orthodontic patients,Overview: Wisdom teeth, Does everyone have wisdom teeth?, In brief: How our teeth and jaws work together,Third Molar Agenesis Is Associated with Facial Size, Correlation Between Height and Impacted Third Molars and Genetics Role in Third Molar Impaction