Lesões ortodônticas de mancha branca nos dentes: uma forma de prevenção (estudo)

Sem uma adequada higiene oral, lesões de mancha branca devido a desmineralização por acúmulo de placa, muitas vezes aparecem nos dentes após a remoção dos brackets ortodônticos. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Espanha, do Reino Unido e do Brasil, problemas dessa natureza poderiam ser solucionados pelo uso de materiais adesivos que, se pretende, possam vir a impedir o seu aparecimento.

Os três novos tipos de adesivos experimentais foram desenvolvidos por pesquisadores do departamento de odontologia da Universidad CEU Cardenal Herrera, em Valência, em colaboração com o King’s College London Dental Institute, no Reino Unido, e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, Brasil. Os materiais continham nanotubos de minerais bioativos haloisita carregados com triclosan, um forte agente antibacteriano e fungicida, nas concentrações de 5, 10 e 20 por cento em meio de resina.

Comparação

Comparando a eficácia de três adesivos dentários, com propriedades bactericidas e de remineralização do esmalte, o estudo avaliou os a força de ligação do esmalte dos materiais, taxa de polimerização e características antibacteriana e bioatividade. O último supostamente previne a desmineralização dos dentes e promove a remineralização, evitando lesões de mancha branca.

Resultados

De acordo com os resultados do estudo, os materiais experimentais testados em laboratório demonstraram uma capacidade de interromper a proliferação bacteriana em 24 horas após a sua utilização; no entanto, a mistura com a maior percentagem de triclosan manteve a propriedade após 72 horas. Quanto ao efeito de remineralização, todos os três materiais provaram ser eficazes, duas semanas após a sua utilização em amostras de esmalte dental submerso em saliva experimental. A respeito das propriedades mecânicas, a incorporação do triclosan-carregado em tubos de haloisita aumentou a polimerização sem interferir com as propriedades de aderência imediata.

Um dos dois pesquisadores chefes, o Prof. Salvatore Sauro afirmou “O próximo passo que temos de enfrentar agora é organizar ensaios clínicos in vivo para avaliar se os excelentes resultados obtidos in vitro podem ser traduzidos para um cenário clínico. Uma vez feito isso, então podemos começar a pensar em algum tipo de estratégia para a distribuição e comercialização desses materiais.”

O estudo, intitulado “Propriedades de polimerização, antibacteriana e bioatividade dos adesivos ortodônticos experimentais contendo triclosan-carregado de nanotubos de haloisita “, foi publicado no Journal of Dentistry em 7 de Novembro de 2017.​

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