Zika vírus: saiba mais sobre essa doença

A Zika é uma doença causada por um vírus transmitido por mosquitos Aedes, incluindo o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, que também transmitem a dengue e a chikungunya.

Acredita-se que a contaminação possa ocorrer ainda através de relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada.

A doença é recente, e o Brasil foi o primeiro país de grande população a ter um surto. Os sintomas da Zika incluem manchas pelo corpo, coceira, febre e conjuntivite, além de dor nas articulações.

O Ministério da Saúde comprovou a relação entre infecção por Zika na gravidez e microcefalia.Estudos ainda estão sendo feitos.

Nem toda grávida que teve Zika terá um bebê com malformação no cérebro. Os mecanismos da contaminação do feto ainda estão sendo investigados.

A Zika chegou em 2015 ao Brasil, atingindo primeiramente o Nordeste, e ficou conhecida como “virose misteriosa”.

Se uma mulher está grávida e com manchas avermelhadas pelo corpo, deve procurar atendimento médico, para que haja monitoramento. Somente um profissional de saúde pode distinguir a febre por Zika de uma outra doença com sintomatologia semelhante.

A Zika causa malformações no bebê?
O Ministério da Saúde afirma ter comprovado a ligação entre malformações no bebê, principalmente no cérebro, e a Zika. Bebês têm apresentado microcefalia, ou seja, têm a cabeça menor que o padrão.

Se você teve Zika ou mora numa região em que há muitos casos da doença, o médico vai monitorar o tamanho da cabeça do bebê nos exames de ultrassom. Caso seja constatada microcefalia, o bebê será examinado quando nascer para que sejam indicadas terapias e tratamentos.

Não se sabe ainda em que fase da gravidez a Zika é mais perigosa para o bebê, mas os três primeiros meses são sempre o período mais crítico para infecções que afetem o feto, porque os órgãos estão em formação.

Primeiros sinais
As manchas pelo corpo, que podem causar coceira intensa, são a principal característica da Zika. Entre outros sintomas estão febre baixa, conjuntivite, dor de cabeça, dor muscular, inchaço e dor nas articulações e aparecimento de gânglios.

A doença pode levar até 12 dias para se manifestar após a picada.

“Ainda não se sabe por quanto tempo o vírus permanece no corpo, por isso, um marido que teve Zika pode contaminar a mulher por relações sexuais, mesmo depois de os sintomas terem passado. Daí a importância da utilização de preservativos”, explica o infectologista e professor Kleber Luz, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A evolução da Zika é na maioria dos casos benigna, ou seja, a doença costuma sarar sozinha, e os sintomas duram de 2 a 7 dias. Existem alguns casos de complicações neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré, que provoca fraqueza e paralisia nos membros.

Como é o tratamento?
Apenas os sintomas da Zika são tratados. É importante beber bastante líquido e fazer repouso. Não é exigido tratamento no hospital, ao contrário do que acontece nos casos mais graves de dengue.

Assim como na dengue, não devem ser usados medicamentos a base de ácido acetilsalicílico (aspirina) devido ao risco de henmorragias.

Em alguns casos, o médico pode receitar analgésicos e medidas para aliviar a coceira. Nenhum medicamento dever ser tomado sem a devida orientação orientação do profissional de saúde.

Banhos com maisena ou aveia são recomendados para o alívio da coceira. Também pode ser usado pasta d’água. Se a coceira estiver causando grande incômodo, pode-se partir para o tratamento com antialérgicos.

Gestante diagnosticada com Zika. Pode amamentar?
Os especialistas afirmam até o momento que as mães que apresentarem sintomas de Zika não devem interromper a amamentação, porque, embora exista a possibilidade de encontrar o vírus Zika no leite materno, isso não significa que o bebê será contaminado.

“À luz dos conhecimentos científicos atuais é possível afirmar que existe uma diferença entre o vírus estar presente no leite e ter potencial infectivo, ou seja, o fato de o vírus estar presente no leite não signifca que infectará o bebê”, explica o coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano da Fiocruz, João Aprígio. Sabe-se, por exemplo, que quem mama em uma mulher com hepatite C não tem risco aumentado de pegar a doença.

Portanto, até este momento, a recomendação é que a mãe continue dando o peito normalmente ao bebê, e capriche na ingestão de líquidos.

Como o vírus é transmitido por mosquitos, o melhor que se pode fazer para proteger o recém-nascido é tomar medidas em casa para evitar a presença do inseto.

Sintomatologia
Os sintomas do Zika vírus são semelhantes aos da Dengue, porém aqueles provocados pelo Zika vírus são mais amenos e desaparecem entre 4 a 7 dias, porém é importante ir ao médico para realizar a confirmação da febre por Zika.

Inicialmente, os sintomas podem ser confundidos com uma simples gripe, provocando:

  • Febre, entre 37,8°C e 38,5°C;
  • Dor nas articulações, principalmente das mãos e pés;
  • Dor nos músculos do corpo;
  • Dor de cabeça, que se localiza principalmente atrás dos olhos;
  • Conjuntivite;
  • Hipersensibilidade nos olhos, e maior sensibilidade à luz do dia;
  • Manchas vermelhas na pele, que inciam na face e que podem se espalhar pelo corpo e, que podem vir a ser confundidas com sarampo;
  • Cansaço físico e mental.

Além destes sintomas, também pode-se observar, com menos frequência, problemas digestivos, como dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia ou prisão de ventre, aftas e prurido pelo corpo.

Quem contrai zika fica imune para o resto da vida?
Sim. Pelo que se sabe até agora, a Zika promove a imunização de quem adoece.
Mas ainda poderá pegar outras doenças causadas por vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, como os quatro tipos de dengue e a febre chikungunya.
Importante salientar que por hora não existe vacina contra a Zika.

Prevenção
A principal forma de prevenção é o combate aos focos de mosquito, em especial nos períodos de calor e de chuvas.

Segundo o professor Kleber Luz, a zika se propaga ainda mais rápido que a dengue, porque o mosquito espalha o vírus com mais facilidade. Ele aconselha cautela máxima por parte das grávidas.

Alguns cuidados para ter em mente:

  • Não deixar água limpa se acumular em ambientes da casa ou quintal. Isso inclui vasos de plantas, móveis e enfeites em áreas externas. Ficar de olho em poças d’água que se formam após a chuva.
  • Usar roupas claras, e, de preferência, mangas e calças longas.
  • Mesmo se tiver parceiro fixo e toda a confiança na relação do casal, recomenda-se o uso de preservativos para evitar a contaminação pela via sexual.
  • Passar repelente contra insetos, inclusive na roupa, para aumentar a proteção. Reaplicar a cada seis horas.

De acordo com a obstetra Eleonora Fonseca, grávidas podem optar por repelente comum em creme ou spray, repelente especial para bebê e até repelente caseiro feito à base de álcool e cravo-da-índia. Outra alternativa são os inseticidas elétricos ou em spray, deixando a substância se dispersar por alguns minutos antes de ficar no mesmo ambiente.

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