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    Má saúde bucal ligada ao diabetes e perda muscular

    A saúde bucal e o diabetes

    Pesquisas anteriores já demonstraram que a má saúde bucal é um preditor de doenças cardiovasculares e mortalidade por outras patologias.

    Um novo estudo sugere que ter menos dentes remanescentes e pouca capacidade de mastigação aumenta o risco de perda muscular, fraqueza e diabetes em pessoas mais velhas

       

    Melhorias na saúde bucal, incluindo o uso de dentaduras — que podem reduzir o risco de perda dos dentes remanescentes — podem ajudar a prevenir essas condições.

    Um dos muitos impactos negativos indiretos da pandemia de COVID-19 é que muitas pessoas deixaram de consultar seus dentistas regularmente abrindo mão dos cuidados básicos de higiene bucal.

    As medidas rígidas implementadas para prevenir a propagação da infecção reduziram drasticamente o acesso aos serviços odontológicos. Essa situação levou a um acúmulo de pacientes que precisam de tratamento e cuidados orais em rápido crescimento.

    Além do desconforto físico, a má saúde bucal tem efeitos colaterais significativos, incluindo o risco aumentado de doenças cardiovasculares, como já destacamos em artigos passados aqui no blog Dentalis.

    Um estudo longitudinal observou que a “fragilidade oral”, uma medida que inclui o número de dentes restantes, a capacidade de mastigação e as dificuldades para comer e engolir, era um fator de risco para fragilidade física, deficiência e mortalidade por todas as causas

    Um novo estudo liderado por pesquisadores da Shimane University, em Izumo, Japão, encontrou riscos pequenos, mas significativamente aumentados, de diabetes e sarcopenia. Sarcopenia é a perda de músculos e fraqueza devido ao envelhecimento, entre adultos mais velhos com fragilidade bucal.

    O artigo do estudo foi publicado na PLOS ONE.

    “Embora a saúde bucal possa afetar o bem-estar geral de um indivíduo, ela foi negligenciada no domínio da saúde pública”, escrevem os autores

    A pesquisa

    A pesquisa fez parte do estudo do Centro de Pesquisa e Educação em Saúde com Base na Comunidade, que colabora com um programa anual de exames de saúde em Ohnan, uma pequena cidade na prefeitura de Shimane, no Japão.

    Participaram do estudo 635 pessoas com idades entre 40 e 74 anos.

    Para avaliar a capacidade de mastigação dos participantes, ou “função mastigatória”, os pesquisadores pediram que mastigassem uma goma com a maior energia possível por 15 segundos sem engolir.

    A equipe então contou o número de pedaços de doce que restaram.

    Eles também contaram quantos dentes cada participante tinha e mediram a circunferência da panturrilha duas vezes para ambas as pernas, bem como sua massa muscular esquelética e força de preensão manual.

    Para avaliar a sarcopenia, os pesquisadores aplicaram um algoritmo de diagnóstico padrão que incorpora força muscular, massa e desempenho físico.

    Os pesquisadores anotaram os diagnósticos auto-relatados de diabetes pelos participantes e também os rastrearam para a condição, testando seus níveis de hemoglobina glicada no soro.

    Em sua análise, eles ajustaram os resultados considerando o sexo, idade, índice de massa corporal, tabagismo, consumo de álcool e nível de atividade física dos participantes.

    Eles descobriram que ter menos dentes remanescentes e pouca capacidade de mastigação foram significativamente associados a um aperto de mão mais fraco e possível sarcopenia. Menos dentes e pouca capacidade de mastigação também foram significativamente associados ao diabetes.

    Ligação com o diabetes

    Os pesquisadores especulam que pessoas com capacidade de mastigação reduzida ou menos dentes podem ter um risco aumentado de diabetes como resultado de comer mais alimentos macios e ricos em açúcar e ter o hábito de refeições rápidas.

    Ambos os fatores causaram um aumento maior nos níveis de glicose no sangue após as refeições.

    As intervenções para manter a capacidade de mastigação, por meio da prevenção da perda dentária e do uso de dentaduras, podem, portanto, reduzir a probabilidade dessas condições relacionadas ao envelhecimento.

    “De acordo com nossos dados, melhorar a mastigação e o uso de dentaduras pode reduzir o risco de diabetes e sarcopenia”, disse o autor sênior Shozo Yano, MD, Ph.D.

    Os autores também citam evidências de que a doença gengival, que pode causar perda dental, pode levar à diminuição da sensibilidade à insulina e diminuição da tolerância à glicose.

    “A perda de dentes está fortemente relacionada à doença periodontal e provavelmente à inflamação sistêmica, que pode desempenhar um papel na patogênese do diabetes e da sarcopenia”, disse o Dr. Yano, que faz parte da Equipe de Apoio à Nutrição do Hospital Universitário Shimane.

    Ele aconselhou os idosos a comerem mais devagar e nunca esquecer de escovar os dentes após as refeições

    Ao cuidar da saúde bucal, eles ajudariam a manter a saúde de todo o corpo, enfatizou.

    Limitações do estudo

    As associações entre fragilidade oral, sarcopenia e diabetes que o estudo identificou foram estatisticamente significativas, mas relativamente pequenas, na ordem de 2–6%.

    Os autores reconhecem que o aumento do número de pacientes pode levar a uma associação estatisticamente bem maior

    Os pesquisadores também reconhecem que seu estudo não conseguiu estabelecer quaisquer relações causais devido ao seu desenho transversal.

    Além disso, eles não consideraram características potencialmente importantes da saúde bucal, como doenças gengivais, uso de dentaduras e escovação dos dentes

    “Assim, futuros estudos longitudinais são essenciais para investigar essas associações”, concluem.

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    Fontes: Dentistry during COVID-19 insight briefingNumber of teeth and masticatory function are associated with sarcopenia and diabetes mellitus status among community-dwelling older adults: A Shimane CoHRE study,

    Oral Frailty as a Risk Factor for Physical Frailty and Mortality in Community-Dwelling Elderly

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